Quando uma eleição termina é comum ouvirmos essa frase por parte do candidato derrotado, ou, de seus apoiadores: “Se a campanha tivesse mais 30 dias teríamos vencido”. Algumas vezes, trata-se de uma mera desculpa, mas há casos em que realmente mais tempo de campanha mudaria o resultado final do pleito.
Este será um diferencial deste ano. Por conta da pandemia, a pré-campanha ganhou mais tempo com a data do pleito ficando para 15 de novembro. Porque os partidos e candidatos, mais organizados, estavam preparados para resolver em outubro. Logo, a engrenagem começou a funcionar e, respeitando as obrigações legais, não há como parar. Portanto, nesta eleição, a frase que deve imperar entre os derrotados será: “Teríamos ganho se a eleição fosse em outubro”.
Balneário Gaivota é um exemplo de como a mudança pode beneficiar um projeto em detrimento de outro. Para o pré-candidato pelo PSD, Machadinho, o adiamento veio a calhar. O vice-prefeito, que aceitou o desafio entre maio e junho, terá mais tempo para costurar alianças e se apresentar ao eleitor. Também haverá mais prazo para que aliança PSD, MDB e PP, inimaginável até então, seja assimilada pelas bases.
Já para o pré-candidato Kekinha (PSDB) o ideal seria que o pleito continuasse em outubro. O tucano já saiu do pleito de 2016 como pré-candidato e há quatro anos vem fazendo sua pré-campanha. Por conta disso, tem um trabalho e um nome mais solidificado e, quanto antes fosse o pleito, maior diferença faria a vantagem de ter começado antes.
Os dois pré-candidatos certamente já fizeram a análise deste cenário. Resta saber como utilizarão este tempo extra em benefício de seus projetos.