“Se a suinocultura independente não for socorrida agora, Santa Catarina vai sofrer!”
- Jarbas Vieira
- 7 de abr. de 2022
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“Se a suinocultura independente não for socorrida agora, Santa Catarina vai sofrer!”. A afirmação em tom de alerta foi feita na manhã desta quarta-feira (06) pelo presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa, deputado Zé Milton. O colegiado se reuniu com representantes dos suinocultores, do setor agrícola e da Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca para debater a crise que assola o segmento, que sofre com o excesso de produção, aumento dos preços dos insumos e baixo consumo no mercado interno.
Santa Catarina é o maior produtor de suínos do país, incluindo as agroindústrias e produtores integrados e os independentes – cuja produção é destinada exclusivamente par ao mercado interno e pequenas agroindústrias e cooperativas.
De acordo com a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o preço pago pelo quilo vivo de um suíno vivo é de R$ 5,00, mas o custo de produção supera os R$ 8,00. Outro dado que dá uma dimensão do problema: nos últimos dois anos o número de matrizes suínas saltou de 420 para 760 mil, segundo levantamento da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC). “Houve um boom na produção de suínos há alguns anos, muito pela abertura do mercado chinês e o potencial de exportação. Mas não houve planejamento e o rebanho cresceu de forma desordenada e precisamos unir forças agora para encontrar saídas urgentes”, disse Zé Milton.
A junção de fatores como estagnação do consumo, aumento desenfreado do custo de produção e falta de linhas de créditos para dar suporte aos produtores independentes – que atendem as pequenas agroindústrias – criou, na avaliação de Zé Milton, a “tempestade perfeita”. Diante disso, a comissão definiu uma série de encaminhamentos, como uma audiência, na próxima semana, com o governador Carlos Moises, secretarias de Estado da Fazenda e Agricultura e representantes da suinocultura para discutir um plano emergencial de apoio para subsidiar o custeio dos animais e um planejamento para a cadeia produtiva. “Precisamos de uma saída urgente para a manutenção das matrizes, mas isso requer redimensionar o plantel, ou seja, reduzi-lo. Mas o Estado precisa ser parceiro e entrar firme nisso com seu suporte técnico e fomento, como linhas de créditos especiais e até subsídios”, completa o presidente da Comissão de Agricultura.
Outra medida acordada será a elaboração de um projeto de lei assinado conjuntamente pelos sete parlamentares da comissão que irá propor um programa de incentivo ao consumo de carne suína no âmbito do governo do Estado – inclusão na merenda escolar, por exemplo – e também entre a população. “A cada dia, mais suinocultores decidem abandonar a atividade e isso vai afetar com força a economia catarinense”, avalia o presidente da ACCS, Losivanio Lorenzi, que apelou para uma maior atenção do Estado.
O secretário de Estado da Agricultura, Ricardo Miotto, participou da audiência e informou que a pasta está elaborando um plano de assistência ao setor em sintonia com a Fazenda. “Não vamos deixar esse setor morrer, tenham certeza disso”, explicou Miotto que confirmou a reunião com o governador Carlos Moises onde será apresentado o plano do governo para atuar