Prefeita de Sombrio, Gislaine Cunha (MDB), acumulou mais um desgaste desnecessário ao querer acenar para o eleitorado contrário a vacina da Covid-19. No final de janeiro ela seguiu o movimento de outros prefeitos pelo Estado e assinou um decreto que desobrigava a vacinação contra a doença para o ingresso na rede pública municipal de ensino.
O gesto contradiz sua longa carreira como secretária de Saúde e também sua atuação como prefeita, quando no epicentro na pandemia, em 2021, colocou em seu plano de metas oferecer a vacina para toda a população, comandando o Vacina Sombrio, uma campanha de reconhecido sucesso. Ao publicar o decreto a prefeita adotou uma mudança de rota e, obviamente, desagradou os favoráveis a vacina.
Porém, dez dias depois, após recomendação do Ministério Público, a prefeita decidiu suspender o decreto e a vacinação contra a Covid-19 continua sendo obrigatória para a matrícula dos estudantes. Entenda-se que era apenas uma recomendação. Se tivesse convicção de sua decisão anterior, Gislaine poderia ter mantido o decreto e aguardado uma decisão judicial, que se lhe fosse desfavorável, caberia recurso. Neste caso, desagradou os contrários a vacina ao atender o MP.
É necessário dizer que o posicionamento do site é totalmente favorável a vacinação. Foi graças a vacina que as mortes e as medidas restritivas e sanitárias ficaram para trás. A alegação de alguns governantes de que o ser humano é livre para ter suas escolhas vai até a página 2. Nenhum deles, por exemplo, assina decretos tornando facultativo o pagamento do IPTU, para citar um imposto bem atual. Assim como a redução abrupta da receita colapsaria o funcionamento da prefeitura, a baixa adesão a vacinação poderá fazer com que o vírus sofra novas mutações e traga um novo colapso as nossas vidas. Neste caso, tanto o MP, quanto o Poder Judiciário, estão cumprindo o seu papel, que é o de garantir o bem maior da coletividade.