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Padre Fábio foi vítima, mas também errou!

  • Foto do escritor: Jarbas Vieira
    Jarbas Vieira
  • 9 de out. de 2024
  • 3 min de leitura


O pós-eleição em Sombrio continua quente, e a principal polêmica recai sobre o Fábio Roque, responsável pela Paróquia Santo Antônio de Pádua. Antes de mais nada é preciso afirmar que o padre foi vítima ao ter um vídeo apócrifo divulgado contra si, com ilações sobre sua relação com a prefeita Gislaine Cunha (MDB). Trata-se de um crime contra a honra, que deve ser investigado, ter seus autores identificados e punidos de acordo com a lei.


Dito isto, é preciso ressaltar que sua conduta merece uma reflexão. Para mim, o chefe da igreja errou ao deixar transparecer um possível apoio a prefeita Gislaine. Há diversas insinuações sobre suas atitudes nos bastidores as quais não irei comentar. Vou me ater apenas ao que vi, o que já considero suficiente para embasar esta opinião. O padre deveria ter solicitado a prefeita que não utilizasse imagens suas em vídeos da campanha. As diversas cenas em que ele aparece, mesmo sem falas, planta no subconsciente das pessoas uma ideia de aproximação. Era o mais razoável e não foi feito.


Ele também errou ao convidar a prefeita, em plena campanha, a entrar na igreja, abalroada de pessoas, segurando o bandeira do Município, na abertura do Cerco de Jericó. Se havia a necessidade de ter um representante do Poder Público Municipal no ato, o correto seria convidar o presidente da Câmara de Vereadores, Ademir Cardoso, o Dimi (MDB), terceiro na linha de sucessão e que não era candidato a reeleição. A Justiça Eleitoral proíbe que candidatos subam ao palco em atos públicos, justamente porque isso lhes confere vantagem. A igreja (me refiro a todas nesse caso) como instituição "anfíbia", pública quando quer (para não pagar impostos, por exemplo), e privada quando lhe convém, deveria adotar também esta prática.



Responsável maior pelos católicos na região, o Bispo Dom Jacinto Flach poderia ter orientado o Padre Fábio a afastar a "Igreja" da ferrenha disputa eleitoral no Município. Porém, fez o oposto e resolveu reforçar o marketing de Gislaine convidando-a para uma café e uma benção especial. Não há problemas em o Bispo conversar com a prefeita e abençoá-la. O erro é permitir que tudo seja gravado e utilizado como ferramenta para convencer o eleitor indeciso. Aos eleitores da prefeita que discordam desta crítica, recomendo o seguinte exercício: imaginem o inverso. O candidato Peri (PP), ou o candidato Carlinhos (PT) entrando na igreja, a convite do Padre, com a bandeira de Sombrio, usando vídeos com a sua participação, tomando café e recebendo benção especial do Bispo. Tudo gravado, bem editado, e com as logos, números e cores de seus respectivos partidos. Se você sinceramente achar que não haveria problema, parabéns. Será coerente com seu pensamento assim como eu sou com o meu, já que a discordância seria mantida.


Como jornalista defendo o que diz a Constituição, que determina que o Estado seja laico, ou seja, sem viés religioso. São muitas as crenças e todas devem ser respeitadas. Não gosto também que igrejas tenham partidos, caso do Republicanos (loteado pela Igreja Universal), ou que líderes religiosos usem a igreja a favor de seus candidatos, o que está bastante distante do mundo real.


A conduta do Padre Fábio trouxe divisão a comunidade religiosa e só por isso deve ser motivo de reflexão. Apesar de ser uma pessoa inteligente e com bons serviços prestados ao município, trata-se de um ser humano, que acerta e erra como todos. Que este episódio lhe sirva de aprendizado até por que haverá outros pleitos pela frente.

 
 
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