Apesar da roupagem que algumas lideranças tentaram dar, de que as manifestações promovidas no 7 de Setembro seriam a favor da liberdade ou, da democracia, o que se viu de fato, no feriado, foram atos a favor do presidente Jair Bolsonaro, numa espécie de campanha antecipada. Nos palanques, sejam em Sombrio, ou, em Brasília, estavam presentes músicas do presidente, slogan da campanha anterior, e claro pautas comuns ao bolsonarismo como combate ao comunismo, ao STF, entre outros...
Não há demérito em se manifestar a favor do presidente. Assim como também o contrário. Faz parte da democracia. Mas é preciso classificar as coisas. Um evento para defender a democracia, a liberdade ou a pátria não pode ser personificado. Estas lutas são de todos, e não de apoiadores do candidato A, ou B. Também não é possível ir para uma manifestação com esse propósito pedindo intervenção militar, destituição do STF, do Congresso e outras pautas gêneros. Isso não combina com democracia, muito menos com liberdade. Nosso país precisa de correções mas essas passam muito pelo voto consciente do eleitor.
Entretanto, é preciso registrar que o discurso do presidente ainda encontra ressonância em uma parcela considerável do eleitor, especialmente em Santa Catarina. Para estes, não importa a escalada da inflação, do desemprego, o fato de o Governo Federal não ter dinheiro para obras no Estado, tanto que será o Governo Catarinense que bancará com quase meio bilhão a retomada de diversas rodovias que estão paradas. Para esta parcela, bastante significativa, o importante é o combate ao comunismo e as demais pautas ideológicas do presidente. Concordo? Não! Mas é preciso respeitar. Faz parte da democracia.
