O resultado final de uma campanha presidencial tão disputada, como a de 2022, será decidido nos detalhes. Independente do vencedor é fato afirmar que o ex-presidente Lula (PT) acertou mais que o presidente Bolsonaro (PL) em um destes quesitos: a montagem da chapa. Geraldo Alckmin (PSB) agrega muito mais que o general Braga Neto (PL) na conquista dos votos.
Para isto, basta analisar o resultado final do último pleito, em 2018. Haddad (PT), candidato da época, só venceu Bolsonaro em uma região, a Nordeste, e com placar dilatado: 69,7% contra 30. Trata-se do segundo maior colégio eleitoral do País. No maior, a região Sudeste, Bolsonaro venceu bem Haddad por 65 contra 35%, arredondando.
Para 2022, Lula não foi arrogante. Chamou um ex-adversário para compor, justamente para melhorar o desempenho do partido na região Sudeste. O resultado do primeiro turno e as pesquisas do segundo turno, mostram que a estratégia foi acertada. Mesmo que não vença na região, a diferença não será tão grande quanto a da eleição anterior, o que o coloca no jogo.
Já Bolsonaro, e seu comitê de campanha, não fizeram questão de atacar, na composição da chapa, a região onde seu desempenho é nitidamente menor. Uma mulher, ou um vice popular no Nordeste poderia ajudar a diminuir o prejuízo na importante região. Entretanto, o Capitão optou, mais uma vez, por alguém da ala militar, que pouco acrescenta além do meio em que atua.
Há outras variáveis que ajudarão a explicar o resultado de domingo, seja ele qual for. Entretanto, neste recorte, Lula foi melhor que Bolsonaro.
