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Foto do escritorJarbas Vieira

Gean Albino se pronuncia sobre demissão de professor por vídeo em sala de aula



Presidente da Câmara de Vereadores de Sombrio, Gean Albino (DEM), se pronunciou na noite desta segunda-feira sobre a polêmica envolvendo um vídeo onde o prefeito de Criciúma demitiu um professor que exibiu um clipe durante as aulas. No vídeo, o prefeito argumenta que não iria tolerar “viadagem" em sala de aula.


O prefeito disse ainda que o clipe era de conteúdo erótico, opinião da qual Gean discorda: “eu vi o clipe e não vi nada de diferente”, disse. O vídeo postado pelo prefeito foi tirado de circulação por ser considerado como conteúdo de ódio, capaz de influenciar outros. Gean fez questão de trazer a pauta para o plenário, por acreditar que o assunto deve ter o respeito e atenção de todos.


Durante o discurso, ele relembrou seus tempos de estudante e o quanto as aulas temáticas com teatros, filmes e saídas de campo foram importantes para os alunos.

Sobre a polêmica, declarou: “Acredito que nós, pessoas públicas, independentemente de ser político ou artista ou lideranças políticas, que são eleitos para representar a população como um todo, não podemos em hipótese alguma defender o ódio e criar o ódio entre as classes e sociedade.”


Gean crê na retratação do prefeito, de quem é um grande admirador, acreditando que nos próximos dias, Clésio Salvaro deve pedir desculpas a toda sociedade, incluindo a comunidade LGBTQIA+.


Por fim, o presidente da Câmara disse: “nem eu nem você devem aceitar a forma de ser que outros pretendem viver e sim respeitar a forma de cada um.”


Relembre o caso


O prefeito Clésio Salvaro protagonizou cenas que viralizaram nas redes sociais e ganharam espaço na imprensa de todo o país, ao demitir um professor do 9º ano da escola Municipal Pascoal Meller.


O professor escolheu o clipe Etérea, do cantor Criolo em uma aula de artes. A música, que aborda uma mensagem de diversidade, chegou a concorrer ao Grammy Latino de melhor canção em Língua Portuguesa em 2019.


O prefeito, ao saber da exibição do clipe, disse em um vídeo, dentre outras coisas, que “essa viadagem em sala de aula, nós não concordamos” e o professor foi demitido.

O cantor Criolo se manifestou em apoio ao professor nas redes sociais: “Mais uma vez, desde seu lançamento, o clipe e o documentário da música Etérea abrem espaço para o debate na sociedade brasileira, após a lamentável demissão de um professor depois de exibir o projeto em sala”.


O cantor reafirma ainda o público para o clipe que é de livre classificação segundo as diretrizes da plataforma YouTube.


Segundo matéria veiculada pelo portal Uol sobre o fato, “o plano unificado para as aulas de arte contemplava artes integradas e visuais, bem como seus contextos e práticas, materialidades, processos de criação, hibridismo de linguagens visual e verbal na criação artística, intervenção artística e instalação performática.” Assim, a exibição do clipe estaria em consonância com o plano educacional.


O Ministério Público de Santa Catarina instaurou procedimento para investigar se houve homofobia na demissão.


A Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina declarou sua posição de combate à homofobia para a construção de uma sociedade livre de preconceitos, independentemente da orientação sexual e da identidade de gênero.

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