Há 30 anos se fala sobre a necessidade de uma Reforma Tributária no País. Por nunca haver consenso e também, falta de vontade política, esta urgência nunca saiu do papel e do rol das promessas eleitorais. Ontem (06), com relativa folga, a Câmara dos Deputados aprovou o texto que, se não é perfeito, apresenta grandes avanços, principalmente para o setor produtivo.
A bancada do Sul catarinense, composta por quatro parlamentares, votou contra a matéria, atendendo, como sempre, ao pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não queria a Reforma do PT aprovada. Não queria, porque em quatro anos seu Governo Liberal não avançou uma linha sobre o tema. Faltou tempo e disposição, em meio as batalhas ideológicas, pautas de costumes e críticas ao STF, TSE, entre outros. Entrou de graça, mais uma vez, em uma briga em que acabou sendo derrotado. Como a política no Brasil não é para amadores, coube a um governo de esquerda fazer o serviço da direita, que, em sua ala mais extrema, tentou impedir o avanço.
Não esperava outra posição, que não fosse seguir os comandos de Bolsonaro, da deputada Júlia Zanatta, afinal ela só está lá por conta dele. Já Ricardo Guidi (PSD) e Daniel Freitas (PL), tidos como mais moderados, esqueceram suas raízes empresariais e pensaram exclusivamente na manutenção de seu eleitorado. Certamente suas empresas colherão os benefícios da Reforma, mas ambos continuarão, publicamente, contra. Quanto a Geovânia de Sá (PSDB), mais uma vez, continua sem rumo. Filha de sindicalista, votou a favor da Reforma Trabalhista, dizendo-se liberal, votando agora contra os interesses dos empresários. Tenta colar também em Bolsonaro, porém está queimada com os radicais do partido por conta do apoio a pré-candidatura a presidência de Eduardo Leite. Não à toa, hoje é apenas uma suplente em exercício.
Neste caso, felizmente, as bancadas de outros Estados salvaram o País do atraso.
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