Os bloqueios nas rodovias do País, que acabarão em breve por conta das determinações judiciais e uso da força policial, só enfraquecem Bolsonaro e seu patrimônio político. Por mais que os militantes acreditem no contrário e no fundo corroborem com o pensamento do presidente que, ao ficar em silêncio, incentiva tal movimento, o resultado deixará Bolsonaro menor do que o resultado expressivo de sua votação.
Porque além dos fanáticos, Bolsonaro recebeu votos de uma enorme parcela de eleitores moderados, que não queriam o PT justamente por temer o que está acontecendo agora: mercados desabastecidos, gasolina escassa e o direito de ir e vir cerceado. As pessoas querem trabalhar, viajar, seguirem suas vidas. Não há justificativa para impedir isso por discordância do resultado das urnas. A decepção desses poderá custar caro no futuro, já que o presidente ainda tem idade e capital político para pleitear um novo mandato em 2026.
Quanto mais insistirem na tese de fraude eleitoral, Bolsonaro e o bolsonarismo menor ficarão. Como o próprio presidente disse ao final do debate na Rede Globo, vence quem tiver mais votos. Quem defender algo diferente, estará do lado errado da democracia.