Ao marcar o julgamento definitivo do processo de impeachment para 07 de maio, uma sexta-feira, o presidente do Tribunal Especial, Ricardo Roessler, iniciou uma contagem regressiva para o governador afastado Carlos Moisés (PSL) e para a governadora em exercício Daniela Reinehr. Serão duas semanas decisivas para que cada um busque seus objetivos na luta pelo poder.
A princípio, a data célere beneficia Moisés. Assim como no primeiro julgamento, muito mais descabido que o atual, serão cerca de 40 dias entre o acolhimento da denúncia, que culminou com o afastamento, e a decisão final. Pouco tempo para uma vice inábil construir uma costura política dessa envergadura. Não que Moisés seja um Ás na articulação política. Na verdade, ambos são "juvenis" nessa arte. A vantagem de Moisés é a de ter mais tempo no governo e ter se convertido ao método da coalizão, o que agrada aos demais partidos.
A bem da verdade é que nos bastidores todos já sabem "aonde" Moisés pode chegar caso continue no poder. O que agrada os políticos mais experientes que apostam num único mandato do bombeiro. Já Daniela, abraçada com o senador Jorginho Mello (PL), ainda representa uma incógnita. Por isso, seu retorno é a hipótese mais provável. Se quiser reverter essa tendência, a governadora em exercício terá que jogar "pesado". Enquanto isso, os catarinenses aguardam pelo fim do imbróglio que, inevitavelmente, traz prejuízos ao Estado num momento tão delicado, como o de combate direto a pandemia e seus efeitos colaterais nas áreas econômica e social.
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