Durante a reunião da Comissão de Agricultura, presidida pelo deputado estadual Zé Milton (PP), que teve como objetivo tratar dos reflexos da estiagem nas cadeias produtivas do setor, os técnicos da Secretaria de Agricultura destacaram que os prejuízos da agropecuária catarinense serão superiores a R$ 400 milhões.
No encontro realizado nesta quinta-feira (14), que também contou com representantes da Defesa Civil de Santa Catarina, Epagri, CEPA, FETAESC e FAESC, foram realizados questionamentos e apontadas as necessidades do segmento e das regiões.
Dentre os apontamentos feitos pelos parlamentares e representantes do setor destacam-se a abertura de novos poços artesianos, prorrogação dos prazos dos financiamentos contratados pela área rural, assim como a liberação rápida do Kit forrageiro, através da Secretaria de Agricultura, e da Defesa Civil mais agilidade no atendimento às solicitações dos municípios pela homologação dos decretos de estado de emergência, uma vez que apenas 11 cidades das 108 que solicitaram conseguiram a homologação.
Como encaminhamento ficou definido a oficialização dos pedidos conforme explica o deputado Zé Milton. “Na reunião já ficou acordado que a Defesa Civil irá dar o apoio e a celeridade a solicitação dos municípios. Assim como, encaminhamos um documento, cobrando da Casa Civil agilidade na homologação dos decretos de emergência”, informou o deputado ao destacar que na próxima reunião serão convidados os agentes financeiros para esclarecer sobre as exigências necessárias para as operações de crédito rural, com o objetivo de dar celeridade na prorrogação de débitos, de forma adequada à legislação federal.
Prejuízos
Segundo o secretário-adjunto da Agricultura, Ricardo Miotto, um estudo realizado pela Epagri sobre a estiagem no estado, relativo até o dia 10 de abril, aponta que 173 municípios já tiveram que utilizar algum meio para complementar o abastecimento de água em seus territórios, sendo 140 somente da área rural.
Mioto ressaltou que no setor da proteína animal, há 419 avicultores de corte que demandaram abastecimento emergencial de água, principalmente do Oeste e Extremo-Oeste, o que equivale a 80% da atividade no estado.
Já a bovinocultura de leite, na qual foram registradas mais de 1,4 mil propriedades atingidas, especialmente na região Extremo-Oeste, foram contabilizadas perdas de R$ 33 milhões, com a diminuição de aproximadamente 26 milhões de litros do produto.
Na suinocultura, foram 639 produtores e na bovinocultura de corte foi atingida com menos gravidade e em uma área mais dispersa no estado, perfazendo 535 animais ou 2% do plantel catarinense.
Dentre as culturas mais prejudicadas na região sul estão: o maracujá com queda de produção de 3,64 mil toneladas, equivalente ao prejuízo de R$ 3,53 milhões, e a Banana – 4,22 mil toneladas, resultando em menos R$ 1,5 milhão.
Assim, os técnicos projetam que somados a outras culturas as perdas devem aproximar-se a R$ 430 milhões no estado.