A saída do então ministro Sérgio Moro, da maneira como foi, é o capítulo antes do fim do governo Jair Bolsonaro. A única dúvida é se o capítulo será curto, ou longo. Com as afirmações sobre a intenção do presidente em interferir na Polícia Federal, por conta do medo que elas atinjam pessoas próximas (leia-se seus filhos) Moro deu a senha para processos robustos de impedimento. Como não tem articulação e base política, dificilmente Bolsonaro escapará de um impeachment. Se já tinha duas dezenas de pedidos, Rodrigo Maia (DEM) deverá ver os pedidos duplicarem a partir de agora. E mesmo que esteja arquitetando algum mecanismo que possibilite sua própria posse, é o vice, Hamilton Mourão, quem assumirá a faixa. Porque, diferente de Bolsonaro, Mourão soube ser comedido, provavelmente apostando na falta de habilidade do presidente.
Por mais que a máquina de memes e fakenews palacianas e os bolsonaristas fiéis demonstrem resistência, o governo Bolsonaro acabou. Por sua pura e total incompetência. Mas acreditem. Não há o que comemorar. Todo o contexto é ruim para o Brasil. Resta apenas torcer para que o prejuízo seja o menor possível, para todos. Porque é difícil para qualquer País sobreviver a uma crise sanitária, econômica e política ao mesmo tempo. Imagine para o já combalido Brasil.