Nove entre dez políticos apostam que o suplente de deputado estadual Manoel Mota (MDB) jogará a toalha, amanhã, em entrevista coletiva marcada para sua casa. Se isso de fato acontecer e o PMDB do Vale não tiver uma candidatura a Assembleia neste pleito, o plano traçado pelo deputado Luiz Fernando Vampiro (MDB), com aval do governador Eduardo Moreira (MDB), terá se concretizado. Afilhado político de Eduardo, Vampiro tentou sem sucesso, assim como Acélio Casagrande na eleição anterior, chegar direto a Assembleia Legislativa. Os preciosos votos do extremo-sul sempre lhes faltaram nestes pleitos. Para que isso não ocorresse em 2018, o plano foi bem elaborado e Mota participou indiretamente dele. O primeiro passo foi garantir a posse de Mota como suplente. Assim, o próprio impediria naturalmente que outra liderança do Vale almejasse disputar o pleito. Enquanto isso, Eduardo fez Vampiro secretário de Infraestrutura, dotando-lhe de recursos para fazer a aproximação com os prefeitos da região. A nova ponte em Jacinto Machado e a revitalização da avenida Antonio Sant’Helena, em Sombrio, por exemplo, tem recursos diretos do deputado criciumense. O último ato foi o mais cruel. Já governador, Eduardo cortou qualquer recurso prometido por Mota, que voltou a suplência. Já sem mandato e sem ter como entregar o que prometeu a prefeitos e vereadores, a candidatura de Mota ficou inviabilizada. E assim, o MDB do Vale volta a ser exclusivamente o reduto eleitoral das lideranças de Criciúma como, para eles, nunca deveria ter deixado de ser.