Excesso de oferta, consumo estagnado, preços que não cobrem custos de produção, valor mínimo abaixo dos custos, endividamento de produtores, inadimplência alta e baixa liquidez. Estes são alguns dos fatores que vêm desenhando a maior crise da história do arroz no Brasil. Diante desse cenário, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, presidida pelo deputado estadual Zé Milton (PP), irá reunir lideranças políticas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, rizicultores, sindicatos, cooperativas e técnicos do setor na próxima terça-feira (6), às 14h, na Coopersulca, em Turvo, para debater e elaborar um documento a ser encaminhado aos Governos Estadual e Federal, com propostas de ações para evitar o colapso do setor orizícola.
Atualmente o custo de produção do arroz é superior a R$ 40,00 por saca de 50 quilos, e o preço de comercialização está em R$ 31,00, valores inviáveis ao agricultor, principalmente ao pequeno, que deseja manter-se na atividade.
Leilões
Embora o Governo Federal tenha acatado algumas reivindicações como a realização de leilões de até 1,2 milhão de toneladas de arroz em programas como PEP, Pepro e a aquisição de 300 mil toneladas para estoques regulatórios, as medidas irão apenas aliviar a situação, já que irá elevar o valor do grão ao preço mínimo R$ 36,00 ainda inferior ao de produção. “O Sul do Brasil representa 80% da produção nacional e seus produtores estão entre os mais eficientes do mundo. Ou seja, nossos agricultores fazem o seu papel. Agora cabe ao Poder Público utilizar das ferramentas para garantir que nosso agricultor tenha condições competitivas de mercado”, defendeu o deputado José Milton Scheffer (Progressistas), ao referir-se a pesada carga tributária brasileira e a entrada de arroz de outros países, sem o controle fitossanitário no mesmo nível que é aplicado ao produtor nacional. “Não queremos barreira comercial. Queremos apenas que o produto que vem de outros países passe pelas mesmas exigências que nós, produtores brasileiros, cumprimos. Para termos uma competição justa de mercado”, declarou o presidente do Sindicato Rural de Jaguaruna, Ruy Geraldino.